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Viagem

Viagens e boa mesa fazem parte da arte de bem-viver. Ao percorrer novos caminhos, é possível conhecer diferentes sabores, aromas e cores. Procurei compartilhar aqui algumas de minhas experiências gastronômicas, minhas saborosas viagens.

Vinho laranja homenageia pássaro em extinção

O vinho entra na categoria de brancos, afinal é elaborado com uvas Chardonnay. Mas é, na verdade, laranja, devido ao contato com as cascas e sementes, em ânfora de concreto, e depois tanque de inox, o que resulta em uma bebida estruturada e cheia de personalidade. Veste Amarela, da Guatambu, garante uma experiência surpreendente, por ser um laranja muito delicado, com sabores doces e cítricos em meio à acidez vibrante e textura quase delicada.

Sem adição de insumos animais, é considerado um produto vegano. A cor é amarelo-ouro, com reflexos acobreados, e aromas frutados, com notas de casca de laranja e abacaxi em calda. Em boca, é estruturado, com toques de ervas, chá e nuances de mel, com final persistente e taninos marcantes. Harmoniza perfeitamente com sushi, pratos com camarão ou frutos do mar, tempurá de camarão, bacalhau e salmão.

O rótulo é uma homenagem ao pássaro Veste Amarela, ameaçado de extinção e encontrado em bando na sede de Leões, propriedade da Estância Guatambu, que faz parte de uma reserva legal. O rótulo reflete a beleza e destaca a importância da preservação da biodiversidade.

Arroz Doce é sobremesa icônica no Pampa

Arroz Doce é uma sobremesa muito presente na mesa dos gaúchos, principalmente na Fronteira Oeste. Herança portuguesa, dos tempos da colonização, tem sua apresentação mais frequente polvilhada com canela. Durante a expedição Pampa Profundo, parte do projeto Cozinha na Natureza, foi servida, com orgulho, na Estância Paraizo, em Bagé, e elogiada pela cremosidade e sabor.

O mais provável é que a receita de arroz doce, também chamado de arroz de leite, tenha se originado na Pérsia, onde o arroz cozido em leite era adoçado com mel e aromatizado com especiarias. De lá, teria sido levada para a Península Ibérica. Há, no entanto, quem atribua a autoria do doce à Índia e outros países asiáticos, onde em lugar do leite de vaca seria preparado com leite de coco.

No Mundo

* Em países como China, Japão e Coreia, a sobremesa é apreciada como um símbolo de prosperidade e boa sorte. Comumente servido em ocasiões festivas e celebrações, o arroz doce asiático muitas vezes é aromatizado com ingredientes como chá verde e gengibre.

* No Egito, o arroz é cozido em leite e servido com uma generosa dose de canela e pistaches e é chamado de Roz Bel Laban.

* Na Península Ibérica, é uma atração em festas e celebrações, frequentemente aromatizado com raspas de limão e canela.

* Na Grécia, o Rizogalo combina arroz, leite e uma pitada de baunilha.

* Nos Estados Unidos, é conhecido como arroz com leite e é frequentemente associado à nostalgia e conforto.

* Em Portugal, é comum a adição de gemas, que deixam o doce ainda mais cremoso, menos pálido e um tanto mais gordo.

* Na Tailândia, leva coco e é servido com fatias de manga e pouquíssimo açúcar.

* Em Israel, os judeus sefarditas adicionam mel, açafrão, canela e/ou mástique, uma resina aromática.

* Na Dinamarca, é servida polvilhada com amêndoas em lascas.

* Nas Filipinas, é incrementada com frutas frescas e chocolate.

* A comunidade vegana costuma utilizar leite vegetal.

* No Nordeste brasileiro, o arroz doce é uma sobremesa clássica consumida em festas juninas e outras celebrações populares.

* No Brasil, o arroz doce adquiriu outras variações, como o uso do leite condensado, que lhe conferiu mais sabor e doçura, doce de leite, caramelo salgado, raspas de laranja e até goiabada.

O arroz

* No Pampa, é mais comum usar o arroz de grãos longos e finos, o agulhinha.

* Os portugueses costumam preferir o carolino, mais roliço e cheio de amido.

* Na Ásia, o indicado é o jasmim, muito aromático.

* Para arroz doce mais cremoso, a opção é o arbório, ideal para risoto.

Arroz Doce
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Ingredientes

1 xícara de arroz 2 xícaras de água 4 xícaras de leite 1 xícara de açúcar 1 pitada de sal 1 colher (chá) de essência de baunilha Canela em pó para polvilhar

Como Fazer

Em uma panela, cozinhe o arroz com a água até que fique macio.

Adicione o leite, o açúcar, o sal e a essência de baunilha.

Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até o arroz absorver o líquido e adquirir uma consistência cremosa.

Transfira para taças individuais e polvilhe com canela em pó.

Leve à geladeira por algumas horas antes de servir.

Alegrete assa a maior linguiça campeira do mundo

A maior linguiça campeira do mundo, com 60 metros de extensão, foi produzida aqui no Estado, em Alegrete, durante o Festival da Linguiça Campeira, realizado anualmente. A linguiça foi assada em uma grande grelha redonda e sobre fogo de chão, como pede a tradição.

A maior cidade do Pampa gaúcho detém o título de Capital Estadual da Linguiça Tradicional Campeira, concedido por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com o projeto de lei 2019. E não é pra menos.

Afinal, são 52 sabores diferentes produzidos no Alegrete. Tem as puras bovina, suína, ovina e de frango. Mas as que mais chamam atenção e surpreendem são as mistas. Tem mistas, que fogem do convencional e ganham outros ingredientes como carne de panela, figo e queijo coalho, cheddar e bacon, charque e queijo, gorgonzola e cebola caramelizada, abacaxi e a inusitada Romeu e Julieta. Isso mesmo, com queijo e goiabada. Tantos sabores pedem um paladar ousado, que não tem medo de provar o diferente.

Vinho, fé e boa mesa em Vila Flores

Pousadas de capuchinhos são opção de turismo na Serra Gaúcha

Uma forma diferente de turismo une fé, mesa farta, lazer, bons vinhos, cultura e história. Na pequena Vila Flores, a 180km de Porto Alegre, na Serra Gaúcha, a Vila dos Capuchinhos engloba duas pousadas com águas termais, vinhedos, trilhas, religiosidade e muita gastronomia.

No início, em 1896, os missionários capuchinhos vindos da França se estabeleceram em Garibaldi. Em 1949, construíram o seminário dedicado a São Francisco de Assis, em Vila Flores, então distrito de Vacaria, para estudantes religiosos, chegando a abrigar 300 seminaristas. Como precisavam de fonte de renda para o auto-sustento, sob influencia do Frei Fabiano, plantaram as 3.000 mudas que dariam origem aos vinhedos, que hoje dividem espaço com bosques e lagos nos 32 hectares de área da propriedade.

Com o passar do tempo, houve a redução do interesse pela formação religiosa, então os freis resolveram se dedicar a promover turismo e outras atividades agrícolas, além da pastoral. O antigo prédio do seminário foi, então, transformado em pousada e os principais atrativos passaram a ser as piscinas de águas termais (a 44 graus) e a vinícola.

Em agosto deste ano, no dia 11, dedicado a Santa Bárbara de Assis, foi inaugurada a mais nova pousada, que leva o nome da Santa e é contígua à de São Francisco de Assis, onde funcionava o seminário.

Os hóspedes das duas pousadas podem desfrutar do Benedetto Corso, passeio de tuc-tuc com trator guiado por um dos frades, culminando com um brinde com espumante no mirante em meio aos parreirais.

As refeições são oferecidas nos restaurantes Fratello Sole e Sorella Luna, com mesa farta, repleta de delícias da imigração italiana.

O café da manhã é um desafio à gula.

Aos domingos à tarde, os não hóspedes podem compartilhar do Café dos Frades, na Osteria del Frati, uma representação completa dos tradicionais cafés servidos pelos imigrantes aos religiosos em visita a suas residências e comunidades. O frade era recebido com mesa farta de comidas típicas, doces e salgadas.

Cave dos Frades

A vinícola, sob o comando do frei Djair Galvan, produz vinhos de mesa, vinhos finos (Moscato, Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Cabernet Franc, Pinot Noir e Tannat), suco de uva, um vinho licoroso e o Vinho Santo. Este último, conhecido como Vinho de Missa, tem regras impostas pelo Vaticano: deve ser elaborado com uva sã, sem conservantes e ter uma autorização especial do Bispo. Elaborado com uva Isabel, segue o estilo do vinho do Porto e tem graduação alcóolica de16%. É harmonizado com sobremesas e chocolate.

Duas experiências são oferecidas aos hóspedes: o jantar à luz de velas em meio a gigantescas pipas de madeira e a cerimônia de dividir o pão na távola rústica, com 13 lugares, que reproduz a mesa da Santa Ceia, quando são servidos o pão ázimo acompanhado do vinho Santo, embalados por cantos gregorianos.

Vila Flores

O pequeno município de 3.500 habitantes tem uma população predominantemente de descendentes italianos e foi emancipado em 1988. Integra o Roteiro Termas e Longevidade, que inclui os municípios de Nova Prata, Protásio Alves, Veranópolis e Cotiporã. Em passeio pela cidade, vale visitar a Igreja Matriz, com lindos vitrais.

Imperdível uma chegada até a Villa do Pão, instalada na Casa Fiori, uma das antigas construções da cidade, com 110 anos. Uma tentação, onde tudo lembra cozinha de casa de vó.

Dos paninhos de crochê às compotas e geleias, dos pães aos biscoitos, além das irresistíveis cuecas viradas.

No local, funciona também um pequeno museu de utilitários dos imigrantes que povoaram Vila Flores.

Colheita de olivas promete qualidade ao azeite gaúcho

A colheita é o momento mais esperado por apreciadores de azeite de oliva. Para os produtores, é hora de ver o resultado de um ano de trabalho e de desenvolvimento das oliveiras. É hora de colher as azeitonas e delas extrair o azeite da safra 2020. Alguns serão mais suaves e outros mais intensos, devido à diversidade de aromas e sabores das olivas. No Rio Grande do Sul, a colheita tem início no final de fevereiro e se estende até meados de março.

Este ano, fui acompanhar parte da colheita de azeitonas na estância Garupá, em Santana do Livramento, comandada por quatro mulheres da família Albornoz, e a extração dos azeites que levam a marca Casa Albornoz. Na propriedade, são cultivadas quatro variedades: arbequina, koroneiki, coratina e arbosana.

Vivenciando a colheita

À chegada na Garupá, impressionava o tamanho da propriedade,
são 3.220 ha, 200 deles dedicados ao cultivo de oliveiras e nogueiras, além de
mel.

Uma feijoada noturna
marcou a preparação para o início da colheita na Garupá.

Um forte temporal na manhã seguinte, no entanto, inviabilizou o começo dos trabalhos.Nada podia ser feito, a não ser esperar. Um almoço com toda equipe ajudou a passar o tempo.

Quando a chuva parou, o terreno molhado e a possibilidade de retorno impediam o uso dos garfos elétricos no manejo. Então, já no meio da tarde, foi dado início à colheita manual da arbequina. Fileira a fileira as oliveiras eram percorridas, nenhuma azeitona deixada para trás.

As koroneikis, arbosanas e coratinas ficaram para uma próxima etapa, porque têm o amadurecimento mais tardio.

Na região da Campanha, o tempo muda muito rapidamente. E na manhã seguinte, o sol resolveu surgir com toda força.

Desta vez, os garfos elétricos, ligados a um gerador instalado em um trator, entraram em ação. O chão é forrado com uma manta, para abrigar as azeitonas retiradas das árvores.

A produção de azeitonas da Casa Albornoz promete uma safra de azeites excelente. Muitos motivos para brindar.

As azeitonas foram levadas para o lagar, local de extração do azeite, aos pés do Palomas.

A Casa Albornoz produz azeites de oliva e cosméticos à base de azeite.

Saiba mais

O cultivo de oliveiras no Rio Grande do Sul ainda é recente, mas a produção de azeites já revela o potencial brasileiro, principalmente se levado em conta que o azeite quanto mais jovem melhor. Imagine que os produtos importados precisam ter as azeitonas colhidas, passar pela extração, ser engarrafados e depois viajar até aqui, o que exige tempo e variações de temperatura, nada benéfico para os azeites. Apesar disso, o consumo dos produtos importados corresponde a 98% dos rótulos vendidos no Brasil.

Vale a pena, no entanto, considerar que o curto tempo entre
o campo e a mesa é uma vantagem em favor da produção local. No Estado, são
6.500 hectares plantados com oliveiras, 200 produtores e 32 marcas de azeite
registradas. Dos 230 mil litros produzidos no Brasil, em 2019, 200 mil são
gaúchos. Muitos deles com prêmios internacionais.

Truta é especialidade de restaurante em Cambará

Era uma noite gelada quando fomos conhecer o Restaurante do Lago, em Cambará do Sul, especializado em trutas. Iria realizar, finalmente, o desejo antigo de visitar a casa comandada pelo chef Marcos Barbier, que há três anos é atração na Serra Gaúcha com um cardápio que valoriza ingredientes locais, como a truta, o pinhão, o queijo serrano, o mel e a gila.

A gila é uma abóbora, que por fora parece melancia, típica do Sul do país e utilizada no preparo de doces e receitas salgadas.

Começamos com algumas bruschettas com pesto, tomate e queijo serrano.

Para aquecer o corpo e dar sequência a nossa experiência gastronômica, recebemos uma surpreendente sopa de feijão branco com gila, pinhão e charque de cordeiro.

O chef escolheu para acompanhar um Pinot Noir Dádivas da vinícola Lídio Carrarro, perfeito para a noite.

A saladinha com ingredientes da horta preparou para o prato principal.

O prato principal da noite foi o Surpresa dos Cânions: rolê de truta recheado com gila, queijo serrano ao molho de gengibre, mel e vinho branco. Mas, no cardápio, tem as clássicas com alcaparras ou amêndoas e também a com maracujá

A sobremesa, creme brulée com geleia de frutas vermelhas.

Com Beatriz, a esposa do chef, na harpa, a filha Helena, ao violino, o filho Nicolás ao piano e o chef Marcos na voz, fomos presenteados com uma apresentação musical que veio alimentar a alma.

Se você for à noite, poderá curtir o reflexo da lua no lago.

De dia, é possível admirar as belezas do lugar.

Serviço

Restaurante do Lago, em Cambará do Sul 
Fone: 54 3251-1703 
Diariamente, das 11h às 14h e das 19h às 23h

Hambúrguer, drinks e delícias no Toro em Gramado

O restaurante Toro, em Gramado, é uma excelente opção para quem aprecia uma grande variedade de drinks, hambúrguer, boa música e pratos saborosos.

A entrada mais pedida é o chips de polenta com molho
barbecue e maionese verde.

Vale experimentar também a linguiça artesanal caramelizada com Jack Daniels, farofa de nozes, tomilho e alho poró frito. Pode acompanhar o Gin com Campari, água tônica, mel, limão siciliano, vermute, flor de erva doce e zimbro.

O Spritz (Aperol, xarope de gengibre, espumante, suco de limão, água com gás e vodca), é outros dos drinks muito pedidos na casa.

Pode escolher, ainda, queijo coalho braseado com cebola roxa e chips de batata roxa.

Ou o carpaccio de entrecot com molho de mostarda, saladinha, queijo montanhês e sal rosa do Himalaia.

O entrecot é servido com batata frita ou legumes, com mostarda e queijo.

O hambúrguer, carro-chefe da casa, é montado ao gosto do freguês. O pão pode ser com ou sem amêndoa, o queijo (prato, gorgonzola, cheddar e colonial) e complementos (bacon, cebola caramelizada, geleia de uva).

Mas ainda não acabou a experiência gastronômica: falta se atirar sem culpa ao churros com doce de leite.

Serviço

Toro Avenida das Hortênsias, 804, em Gramado 
Fone: 54 3295-9110 
Diariamente, das 12h às 15h e das 19h à meia-noite

O bolo dos Caminhos do Mirtilo em Otávio Rocha

Mesmo que no inverno não seja possível acompanhar a produção e colher mirtilos, vale a pena visitar a Doces Silber, em Otávio Rocha, e provar as delícias que a Cida prepara com a fruta. O bolo de mirtilo é inesquecível.

A propriedade de Maria Aparecida e Luiz Bernardi fica no Travessão Carvalho e faz parte da Rota Caminho dos Mirtilos, no distrito de Flores da Cunha. O auge da colheita é de novembro a janeiro, mas é sempre possível percorrer o caminho, com sete paradas, para ouvir sobre a criação do projeto e chegar até um mirante, de onde é possível ver Monte Belo, e ainda visitar uma gruta e uma cascata.

Enquanto fazem esse trajeto, Cida prepara uma mesa com sucos, bolo, cuca, mousse para os visitantes se deliciarem. Tudo isso por R$ 17. Só precisa agendar.

Ao final do lanche, ainda dá para levar os doces da Cida para casa. Apesar de o destaque ser as geleias à base de mirtilo, tem de framboesa, laranja, abacaxi, maracujá, além de doces em calda, como pêssego e figo.

Para o Saborosa Viagem , Cida revelou a receita do famoso bolo de mirtilo. A cobertura é com o doce da fruta que ela produz, mas se não tiver tido a oportunidade de experimentar, faça uma geleia caseira e seja feliz.

Bolo de mirtilo da Cida
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Ingredientes

3 ovos
1 copo de leite
2 colheres (sopa) de manteiga
1 xícara de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres (sopa) de fermento em pó
1 xícara de mirtilo

Calda

1 xícara de mirtilo
½ xícara de açúcar

Como Fazer

Preaqueça o forno a 180 graus.

Unte uma forma de buraco no meio com manteiga e polvilhe com farinha de trigo.

Para a massa, bata a manteiga com o açúcar até obter um creme claro.

Junte os ovos e bata mais um pouco.

Acrescente a farinha peneirada com o fermento em pó, alternando com o leite.

Junte os mirtilos e misture rapidamente.

Coloque a massa na forma e leve ao forno por cerca de 30min.

Deixe o bolo amornar e desenforme.

A cobertura pode ser com a geleia de mirtilo da Cida ou prepare uma calda com o mirtilo e açúcar.

Serviço

Doces Silber 
Travessão Carvalho, em Otávio Rocha, distrito de Flores da Cunha
Aberto diariamente (das 9h às 18h) 
Agendamento pelo fone: 54 3279-1050

Estância em Cambará tem parrilla e cachoeira

Apaixonados por natureza e boa mesa não podem perder a oportunidade de visitar a Fazenda Estância Felicidade, em Cambará do Sul, e provar a parrilla de Seu Carlos. E de brinde ainda tem a Cachoeira do Tio França, uma bela queda d’água que fica na propriedade.

A Estância fica a 3km do centro de Cambará, a Terra dos Cânions e Capital do Mel, na estrada do Lageado da Margarida. Apesar de exigir um trajeto por terra batida, é de fácil acesso. A tranquilidade do local é um dos atrativos.

É bom chegar cedo e acompanhar o preparo das carnes, controlado de perto por Seu Carlos.

Para se deliciar com a parrilla é bom fazer reserva. Aos sábados, é servida das 12h às 16h, sem avisar com antecedência, pode precisar de sorte. Nos demais dias, só com agendamento, dois dias antes, e no mínimo para 8 pessoas. Afinal, a carne vem direto do produtor, de Parobé, a 140km.

Na menu, saem da parrilla assado de tira, filé de costela e linguiça campeira, servidas com batatas rústicas salada de legumes defumados e folhas verdes.

Como acompanhamento, não podem faltar o aipim cozido e o arroz.

As saladas são variadas: das folhas verdes ao repolho, da cebola ao tomate, sem esquecer a maionese.

Difícil não se entregar à gula

Da parrilla podem sair, também, costelinhas de porco ao barbecue e cordeiro.

Vale a pena experimentar a cerveja local da microcervejaria Conífera Craft Beer. Minha escolhida foi uma Mosaic Ipa.

Para fechar os trabalhos, banana assada na brasa com doce de leite artesanal.

Depois desse farto almoço, quem sabe uma caminhada até a Cachoeira do Tio França, que fica a apenas 800 metros por uma trilha suave?

Vale a pena a caminhada

Serviço

Fazenda Estância Felicidade
Estrada Lageado da Margarida, a 3km do centro de Cambará do Sul
Sábados, das 12h às 16h
Almoço R$ 75
Visita à Cachoeira do Tio França (R$ 10 por pessoa). Liberada para quem almoça no local
Fone: 54 99931-9800

A viagem à Cambará foi um convite do #Sebraers da #espm e do #cias-innovation-america

Jantar coreano festeja 10 anos do Galangal em Canela

O Galangal, restaurante de cozinha asiática, em Canela, comemorou 10 anos com um jantar do chef coreano Sae Young Kim. Uma oportunidade para conhecer a cozinha ao mesmo tempo simples, mas de sabores marcantes e de forte picância.

Como boas vindas foi servido um drink especial: Soju, destilado coreano de tapioca (isso mesmo, tapioca), suco e limão e tônica. O Soju tem um teor alcóolico que varia de 17% e 45%. É levemente frutado e suave, o que faz com que combine cm a culinária condimentada coreana.

Para aquecer a noite fria (em Canela, estava zero grau), chegou à mesa a Doenjang Guk, uma delicada sopa de missô coreano com tofu, espinafre e vôngoles, harmonizada com o espumante Don Giovani Brut Rosé.

Em seguida, os tradicionais Cheese-Kinchi Mandu, Guiozas (pasteis no vapor) recheados com queijo e Kimchi (acelga fermentada e temperada com a intensa pimenta coreana), servidos com um molho de pasta de soja. A harmonização permaneceu com o espumante Don Giovani Brut Rosé.

Para dar sequência, um Quarteto de Banchan (pequenas porções): Pajeon (panqueca coreana de nirá e legumes), batatinha com melado de shoyu, Gaji-Gui (berinjela assada no missô coreano) e Kimchi de acelga. O Vinho Verde Varanda do Conde trouxe refrescância às porções.

O quarto prato foi o Ré-Do-Bap, arroz misto com Sashimu e vegetais ao estilo coreano, acompanhado de um molho bem condimentado que deve ser misturado à mesa e ao gosto de cada comensal. O vinho uruguaio Alto de La Ballena Rosé, com notas cítricas marcantes e boa acidez, harmoniza muito bem com o prato picante.

O melhor ainda estava por vir: o Burgogui Samm, churrasco coreano de bife ancho. A carne é marinada por 12h em um tempero agridoce, que costuma incluir shoyu, suco de abacaxi ou maçã, mel e óleo de gergelim.

O Burgogui é acompanhado de folhas verdes variadas, Kimchi e uma pasta de soja. Os convidados usavam as folhas para fazer rolinhos com as carnes do churrasco coreano, o Kimchi e a pasta de soja. Para harmonizar, o vinho tinto argentino Entreamigos Bonarda, de taninos presentes, com potencia para enfrentar os temperos do churrasco coreano.

Apesar de não estar previsto no menu do jantar, chegou à mesa um Bao, pãozinho ao vapor, com barriga de porco, um mimo em referência à mais nova casa do chef Sae Young Kim, em São Paulo.

Para encerrar, a sobremesa, que pelo nome pouco promete: pé-de-moleque coreano. Na verdade, um pé de moleque realmente diferente, mais caramelado e crocante, acompanhado de uma salada de frutas com um sabor desafiador. Muito refrescante, lembrava um leve toque de canela e um ingrediente que ninguém na mesa conseguiu decifrar. Harmonizada perfeitamente com um espumante La Charbonade Moscatel, leve e frutado.

O chef

O chef Sae Young Kim chegou ao Brasil, com os pais e um irmão, em 1981. No início, o pais vendiam roupa de porta em porta. Depois de juntar algum dinheiro, aproveitaram as habilidades da mãe na cozinha e compraram o único restaurante coreano no bairro Bom Retiro, em São Paulo, que comandaram por 12 anos. Depois investiram em outros negócios e voltaram ao ramo de restaurantes ao comprar o restaurante Shin La Kway, que se tornou o New Shin La Kway, comandado atualmente por Sae Young Kim. O chef é também sócio no Bao Bao Baby, uma lancheria de pãezinhos no vapor com diferentes recheios.

O Galangal

Avenida Borges de Medeiros, 321, em Canela
Fone: 54 3282-8205
De terça a sexta (das 18h30min às 23h30min), sábado (das 12h às 16h e das 19h à meia-noite), domingo (das 12h às 16h e das 19h às 23h)

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