Parecem esculturas arquitetônicas artísticas, as colmeias das abelhas sem ferrão nativas do Rio Grande do Sul. Cada espécie oferece um mel de sabor diferente. Desde a entrada das colmeias, a diversidade pode ser observada. As abelhas têm tamanhos e aspectos diversos.
O aumento no consumo de mel de abelhas nativas sem ferrão, no Brasil, tem feito com que o produto ganhe maior valorização. Esse tipo de mel tem menos teor de açúcar que o das abelhas Apis Mellifera, aquelas mais comuns, de corpo preto e amarelo e com ferrão. Em Santana do Livramento, conheci um apaixonado pelas abelhas nativas.
Mario Forjarini (fone: 55 3242-5555 ), meliponicultor em Santana do Livramento, se dedica à criação de quatro espécies nativas: jataí, mandaçaia, mirim e tubuna. Fui conhecer o apiário com o chef Vico Crocco e ficamos impressionados com o sabor do mel produzido por elas.
O mel da jataí tem textura mais fina e sabor mais ácido, ligeiramente azedo.
A mandaçaia pode produzir um mel mais picante e mais cremoso, nada enjoativo.
O mel fica depositado em pequenas bolsas.
A mirim-guaçu oferece um produto com acidez mais elevada.
A tubuna é mais agressiva e, apesar de não ter ferrão, quando é ameaçada solta um grude, principalmente no cabelo do agressor, e costuma mordiscar o inimigo com as mandíbulas.
Além de me encantar com as verdadeiras esculturas feitas pelas abelhas, acabei sabendo que mel tem terroir, como os vinhos. O sabor depende da espécie de abelha, do solo, do clima e do tipo de flor existente na região, reflete o ambiente em que foi produzido. As mandaçaias, por exemplo, gostam de arbustos e árvores, enquanto as jataís preferem flores rasteiras e pequenas.